sábado, 23 de outubro de 2010

TRABALHO EM GRUPO: estudo dos PCN's


ARQUIVOS PARA BAIXAR
PARÂMENTROS CURRICULARES NACIONAL

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
DISCIPLINA: ESTAGIO SUPERVISIONADO I: RECONHECIMENTO O ESPAÇO ESCOLAR
PROFESSORA: SOLANGE SANTIAGO
DATA: 13/10/10
ACADÊMICOS: JORGE SULIVAN
                     .     NEDIANE MATOS
                           ROMÁRIO SANCHES
                           SOLANGE OLIVEIRA
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – ENSINO MÉDIO

 
As propostas de mudanças qualitativas para o processo de ensino-aprendizagem no nível médio estão em torno do desenvolvimento da linguagem visando a interação, a comunicação e produção do sentido, no qual o aluno poderá pesquisar, selecionar informações, analisar, sintetizar e argumentar para que este possa participar do mundo social.
Para esse processo de ensino aprendizagem os PCN’s buscam as devidas competências dos alunos ao longo do ensino médio que são:
·         Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
·         Analisar, interpretar e aplica os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização das manifestações, de acordo com as condições e produção e recepção.
·         Confrontar opiniões e ponto de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações especificas.
·         Respeitar e preservar as diferentes manifestações da linguagem utilizadas por diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização; usufruir do patrimônio nacional e internacional, com suas diferentes visões de mundo; e construir categorias de diferenciação, apreciação e criação.
·         Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação em situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos de interlocutores; e saber colocar-se como protagonista no processo de produção/recepção.
·         Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria identidade.
·         Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.
·         Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se propõem a solucionar.
·         Entender o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.
·         Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.
Sobre o ensino de Língua Portuguesa a disciplina aparece no eixo interdisciplinar como consta na LDB n° 5.692/71 visando dicotomizar o estudo de língua e literatura. Com essa divisão houve a separação entre gramática, estudos literários e redação. O estudo da língua materna na escola aponta para uma reflexão sobre o uso da língua na vida e na sociedade.
As finalidades devem visar um saber lingüístico amplo, tendo a comunicação como base como base das ações. A língua deve ser compreendida não como nas relações humanas dos alunos, mas contexto social vivido
Os objetivos da Educação Básica, é “desenvolver o educando, assegurar-lhe formação indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos superiores”.
Assim, o processo de ensino/aprendizagem de língua portuguesa, no Ensino Médio, deve pressupor uma visão sobre o que é linguagem verbal, baseando-se em propostas interativas língua/linguagem, consideradas em um processo discursivo de construção do pensamento simbólico, constitutivo de cada aluno em particular e da sociedade em geral.
O trabalho do professor centra-se no objetivo de desenvolvimento e sistematização da linguagem inferiorizada pelo aluno, incentivando a verbalização da mesma e o domínio de outras utilizadas em diferentes esferas sociais. Os conteúdos tradicionais de ensino de língua, ou seja, nomenclatura gramatical passa a ser uma estratégia para um segundo plano. O estudo da gramática passa a ser uma estratégia para compreensão/interpretação /produção de textos e a literatura integra-se à área de leitura.
Por fim as competências e finalidade a serem desenvolvidas são:
·         Considerar a língua portuguesa como fonte de legitimação de acordos e condutas sociais e como representação simbólica de experiências humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e agir na vida social.
·         Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando texto/contextos, mediante a natureza,função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção, recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação das idéias e escolhas, tecnologias disponíveis).
·         Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações da linguagem verbal.

·         Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

          Desde o início da década de 80, o ensino de Língua Portuguesa na escola tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade da educação no País. No Ensino Fundamental, o eixo da discussão, no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita. Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais — inaceitáveis mesmo em países muito mais pobres — estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Essa dificuldade se expressa com clareza nos dois gargalos em que se concentra a maior parte da repetência: no fim da primeira série (ou mesmo das duas primeiras) e na quinta série. No primeiro, por dificuldade em alfabetizar; no segundo, por não conseguir garantir o uso eficaz da linguagem, condição para que os alunos possam continuar a progredir até, pelo menos, o fim da oitava série.
        Essas evidências de fracasso escolar apontam a necessidade da reestruturação do ensino de Língua Portuguesa, com o objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita.
        Nos últimos dez anos, a totalidade das redes de educação pública desenvolveu, sob a forma de reorientação curricular ou de projetos de formação de professores em serviço, um grande esforço de revisão das práticas tradicionais de alfabetização inicial e de ensino da Língua Portuguesa. O fato é que a discussão da qualidade do ensino avançou bastante. Daí estes Parâmetros Curriculares Nacionais soarem como uma espécie de síntese do que foi possível aprender e avançar nesta década, em que a democratização das oportunidades educacionais começa a ser levada em consideração, em sua dimensão política, também no que diz respeito aos aspectos intra-escolares.
        Sem a pretensão de historiar a área, é possível descrever em linhas gerais o processo de transformação das idéias que, nas últimas três décadas, têm circulado na escola e funcionado como referência para a prática dos professores das séries iniciais.
           No início dos anos 80, começaram a circular, entre educadores, livros e artigos que davam conta de uma mudança na forma de compreender o processo de alfabetização; deslocavam a ênfase habitualmente posta em como se ensina e buscavam descrever; como se aprende. Tiveram, grande impacto, os trabalhos que relatavam resultados de investigações, em especial a psicogênese da língua escrita.
        Esses trabalhos ajudaram a compreender aspectos importantes do processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Os resultados dessas investigações também permitiram compreender que a alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que  a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem.
        As condições atuais permitem repensar sobre o ensino da leitura e da escrita considerando não só o conhecimento didático acumulado, mas também as contribuições de outras áreas, como a psicologia da aprendizagem, a psicologia cultural e as ciências da linguagem. O avanço dessas ciências possibilita receber contribuições tanto da Psicolingüística quanto da Sociolingüística; tanto da pragmática, da gramática textual, da teoria da comunicação, quanto da semiótica, da Análise do Discurso.
        No que se refere à linguagem oral, algo similar acontece: o avanço no conhecimento das áreas afins torna possível a compreensão do papel da escola no desenvolvimento de uma aprendizagem que tem lugar fora dela. Não se trata de ensinar a falar ou a fala “correta”, mas sim as falas adequadas ao contexto de uso.
        Os avanços do conhecimento científico por si mesmos que produzem as mudanças no ensino. As transformações educacionais realmente significativas — que acontecem raramente — têm suas fontes, em primeiro lugar, na mudança das finalidades da educação, isto é, acontecem quando a escola precisa responder a novas exigências da sociedade. Em segundo lugar, na transformação do perfil social e cultural do alunado: a significativa ampliação da presença, na escola, dos filhos do analfabetismo — que hoje têm a garantia de acesso, mas não de sucesso — deflagrou uma forte demanda por um ensino mais eficaz. Estes Parâmetros Curriculares Nacionais pretendem contribuir nesse sentido.

OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

        Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm como objetivos que os alunos sejam capazes de:
v    Compreender a cidadania como participação social e política, assim como, exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
v    Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
v    Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;
v    Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
v    Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
v    Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
v    Utilizar as diferentes linguagens — verbais, matemática, gráfica, plástica
e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
v    Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
v    Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los,
utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

LINGUAGEM E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
   
    O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos, os acessos aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos.

Linguagem, atividade discursiva e textualidade

       
        A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história. A língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-la é aprender não só as palavras, mas também os seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas.
        A linguagem verbal possibilita ao homem representar a realidade física e social e, desde o momento em que é aprendida, conserva um vínculo muito estreito com o pensamento. Possibilita não só a representação e a regulação do pensamento e da ação, próprios e alheios, mas, também, comunicar idéias, pensamentos e intenções de diversas naturezas e, desse modo, influenciar o outro e estabelecer relações interpessoais anteriormente inexistentes. Produzir linguagem significa produzir discursos.
        O discurso, quando produzido, manifesta-se lingüisticamente por meio de textos. Assim, pode-se afirmar que texto é o produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo e acabado, qualquer que seja sua extensão. É uma seqüência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Esse conjunto de relações tem sido chamado de textualidade.
       O discurso possui um significado amplo: refere-se à atividade comunicativa que é realizada numa determinada situação, abrangendo tanto o conjunto de enunciados que lhe deu origem quanto as condições nas quais foi produzido.

APRENDER E ENSINAR LÍNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA

        Pode-se considerar o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa na escola como resultantes da articulação de três variáveis: o aluno, a língua e o ensino.
         O aluno é o sujeito da ação de aprender, aquele que age sobre o objeto de conhecimento. o objeto de conhecimento, é a Língua Portuguesa, tal como se fala e se escreve fora da escola, a língua que se fala em instâncias públicas e a que existe nos textos escritos que circulam socialmente.
         O ensino é, neste enfoque teórico, concebido como a prática educacional que organiza a mediação entre sujeito e objeto do conhecimento11. Para que essa mediação aconteça, o professor deverá planejar, implementar e dirigir as atividades didáticas, com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do aluno.
        Tem-se observado que a afirmação de que o conhecimento é uma construção do aprendiz vem sendo interpretada de maneira espontânea, como se fosse possível que os alunos aprendessem os conteúdos escolares simplesmente por serem expostos a eles. Esse tipo de desinformação — que parece acompanhar a emergência de práticas pedagógicas inovadoras — tem assumido formas que acabam por esvaziar a função do professor.

DIVERSIDADE DE TEXTOS
       
        A importância e o valor dos usos da linguagem são determinados historicamente segundo as demandas sociais de cada momento. Atualmente exigem-se níveis de leitura e de escrita diferentes e muito superiores aos que satisfizeram as demandas sociais até bem pouco tempo atrás , e tudo indica que essa exigência tende a ser crescente.
        Para a escola, como espaço institucional de acesso ao conhecimento, a necessidade de atender a essa demanda, implica uma revisão substantiva das práticas de ensino que tratam a língua como algo sem vida e os textos como conjunto de regras a serem aprendidas, bem como a constituição de práticas que possibilitem ao aluno aprender linguagem a partir da diversidade de textos que circulam socialmente.
        Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação, ao exercício da reflexão. De modo geral, os textos são produzidos, lidos e ouvidos em razão de finalidades desse tipo.
       Cabe à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade.

QUE FALA CABE À ESCOLA ENSINAR

        A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais13. Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas.
        O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito à diferença. Para isso, e também para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar, a que se parece com a escrita e o de que a escrita é o espelho da fala e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um deles tenha em um dado momento histórico.
        A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, é saber quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige. A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido.
         Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido.
        
ALFABETIZAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA

        Ao falar da língua portuguesa o autor usa uma metáfora comparando-a co um foguete de dois estágios: o primeiro para se soltar da Terra e o segundo para navegar no espaço. O primeiro seria o que já se chamou de “primeiras letras”, hoje alfabetização, e o segundo, aí sim, o estudo da língua propriamente dita.
        Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas convenções ortográficas, com isso poderia disparar o segundo estágio do português — o que garantiria ao aluno a possibilidade de ler e escrever por si mesmo. Esse segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas: os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.
       A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático. Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de comunicação que os tornem necessários.
        
O TEXTO COMO UNIDADE DE ENSINO

        O ensino da Língua Portuguesa tem sido marcado por uma seqüenciação de conteúdos que se poderia chamar de aditiva: ensina-se a juntar sílabas (ou letras) para formar palavras, a juntar palavras para formar frases e a juntar frases para formar textos.
        Se o objetivo é que o aluno aprenda a produzir e a interpretar textos, não é possível tomar como unidade básica de ensino nem a letra, nem a sílaba, nem a palavra, nem a frase que,descontextualizadas, pouco têm a ver com a competência discursiva , que é questão central. Um texto não se define por sua extensão. O nome que assina um desenho, a lista do que deve ser comprado, um conto ou um romance, todos são textos.
        Analisando os textos que costumam ser considerados adequados para os leitores iniciantes, novamente aparece a confusão entre a capacidade de interpretar e produzir discurso e a capacidade de ler sozinho e escrever de próprio punho. Ao aluno são oferecidos textos curtos, de poucas frases, simplificados, às vezes, até o limite da indigência.
        Essa visão do que seja um texto adequado ao leitor iniciante transbordou os limites da escola e influiu até na produção editorial: livros com uma ou duas frases por página e a preocupação de evitar as chamadas “sílabas complexas”.
        Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura.


A ESPECIFICIDADE DO TEXTO LITERÁRIO

        É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às práticas cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas sob a rubrica geral de texto literário.
        A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Se tomada como uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer que sua relação com o real é indireta, ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e transgredido pelo plano do imaginário como uma instância concretamente formulada pela mediação dos signos verbais (ou mesmo não-verbais conforme algumas manifestações da poesia contemporânea).
        A questão do ensino da literatura ou da leitura literária envolve, portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita.

A PRÁTICA DE REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA

        Quando se pensa e se fala sobre a linguagem mesma, realiza-se uma atividade de natureza reflexiva, uma atividade de análise lingüística. Essa reflexão é fundamental para a expansão da capacidade de produzir e interpretar textos. É uma entre as muitas ações que alguém considerado letrado é capaz de realizar com a língua.
        A análise lingüística refere-se a atividades que se pode classificar em epilingüísticas e metalingüísticas. Ambas são atividades de reflexão sobre a língua, mas se diferenciam nos seus fins. Nas atividades epilingüísticas a reflexão está voltada para o uso, no próprio interior da atividade lingüística em que se realiza. Já as atividades metalingüísticas estão relacionadas a um tipo de análise voltada para a descrição, por meio da categorização e sistematização dos elementos lingüísticos.
        Essas atividades estão vinculadas ao processo discursivo; trata-se da utilização (ou da construção) de uma metalinguagem que possibilite falar sobre a língua. Quando parte integrante de uma situação didática, a atividade metalingüística desenvolve-se no sentido de possibilitar ao aluno o levantamento de regularidades de aspectos da língua, a sistematização e a classificação de suas características específicas.
        Assim, para que se possa discutir a acentuação gráfica, por exemplo, é necessário que alguns aspectos da língua — tais como a tonicidade, a forma pela qual é marcadanas palavras impressas, a classificação das palavras quanto a esse aspecto e ao número de sílabas, a conceituação de ditongo e hiato, entre outros — sejam sistematizados na forma de uma metalinguagem específica que favoreça o levantamento de regularidades e a elaboração de regras de acentuação.
        O ensino de Língua Portuguesa, pelo que se pode observar em suas práticas habituais, tende a tratar essa fala da e sobre a linguagem como se fosse um conteúdo em si, não como um meio para melhorar a qualidade da produção lingüística. Uma prática pedagógica que vai da metalíngua para a língua por meio de exemplificação, exercícios de reconhecimento e memorização de nomenclatura. Em função disso, tem-se discutido se há ou não necessidade de ensinar gramática. Mas essa é uma falsa questão: a questão verdadeira é para que e como ensiná-la.
     
OBJETIVOS GERAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
       
        Ao longo dos oito anos do ensino fundamental, espera-se que os alunos adquiram progressivamente uma competência em relação à linguagem que lhes possibilite resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena no mundo letrado.
Para que essa expectativa se concretize, o ensino de Língua Portuguesa deverá organizar-se de modo que os alunos sejam capazes de:
• expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos — tanto orais como escritos — coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados;
• utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade lingüística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participam;
• conhecer e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado;
• compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções de quem os produz;
• valorizar a leitura como fonte de informação, via de acesso aos mundos criados pela literatura e possibilidade de fruição estética, sendo capazes de recorrer aos materiais escritos em função de diferentes objetivos;
• utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo como proceder para ter acesso, compreender e fazer uso de informaçõescontidas nos textos: identificar aspectos relevantes; organizar notas; elaborar roteiros; compor textos coerentes a partir de trechos oriundos de diferentes fontes; fazer resumos, índices, esquemas, etc.;
• valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais, sendo capazes de expressar seus sentimentos, experiências,idéias e opiniões, bem como de acolher, interpretar e considerar os dos outros, contrapondo-os quando necessário;
• usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a língua para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise crítica;
• conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.
     
 OS CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Caracterização geral e eixos organizadores

        O estabelecimento de eixos organizadores dos conteúdos de Língua Portuguesa no ensino fundamental parte do pressuposto que a língua se realiza no uso, nas práticas sociais; que os indivíduos se apropriam dos conteúdos, transformando-os em conhecimento próprio, por meio da ação sobre eles; que é importante que o indivíduo possa expandir sua capacidade de uso da língua e adquirir outras que não possui em situações lingüisticamente significativas, situações de uso de fato.
        A linguagem verbal, atividade discursiva que é, tem como resultado textos orais ou escritos.Textos que são produzidos para serem compreendidos. Os processos de produção e compreensão, por sua vez, se desdobram respectivamente em atividades de fala e escrita, leitura e escuta. Quando se afirma, portanto, que a finalidade do ensino de Língua Portuguesa é a expansão das possibilidades.
       O bloco de conteúdos “Língua escrita: usos e formas” subdivide-se em “Prática de leitura” e “Prática de produção de texto”, que, por sua vez, se desdobra em “Aspectos discursivos” e “Aspectos notacionais
        A maioria dos guias curriculares em vigor já não organiza os conteúdos de Língua Portuguesa em alfabetização, ortografia, pontuação, leitura em voz alta, interpretação de texto, redação e gramática, mas, na prática da sala de aula, essa estruturação é a que ainda prevalece.

SEQÜÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

        A organização dos conteúdos de Língua Portuguesa em função do eixo USO  REFLEXÃO. O uso pressupõe um tratamento cíclico, pois, de modo geral, os mesmos conteúdos aparecem ao longo de toda a escolaridade, variando apenas o grau de aprofundamento e sistematização. Para garantir esse tratamento cíclico é preciso seqüenciar os conteúdos segundo critérios que possibilitem a continuidade das aprendizagens. São eles:
• considerar os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, identificando até que ponto os conteúdos ensinados foram realmente aprendidos;
• considerar o nível de complexidade dos diferentes conteúdos como definidor do grau de autonomia possível aos alunos, na realização das atividades, nos diferentes ciclos;
• considerar o nível de aprofundamento possível de cada conteúdo, em função das possibilidades de compreensão dos alunos nos diferentes momentos do seu processo de aprendizagem.
        É fundamental que esses critérios sejam utilizados de maneira articulada, de tal forma que, em cada escola, se possa organizar uma seqüência de conteúdos que favoreça a aprendizagem da melhor maneira possível. Portanto, este documento indica critérios, mas a seqüenciação dos conteúdos de ensino dentro de cada ciclo é responsabilidade da escola.
       
OS CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA E OS TEMAS TRANSVERSAIS

        A transversalidade em Língua Portuguesa pode ser abordada a partir de duas questões nucleares: o fato de a língua ser um veículo de representações, concepções e valores socioculturais e o seu caráter de instrumento de intervenção social. A transversalidade em Língua Portuguesa pode ser abordada a partir de duas questões nucleares: o fato de a língua ser um veículo de representações, concepções e valores socioculturais e o seu caráter de instrumento de intervenção social.
        Os temas transversais (Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual), por tratarem de questões sociais, pertencem à dimensão do espaço público e, portanto, necessitam de participação efetiva e responsável dos cidadãos na sua gestão, manutenção e transformação. Todos eles demandam tanto a capacidade de análise crítica e reflexão sobre valores e concepções quanto a capacidade de participação.
        Os objetivos de Língua Portuguesa salientam também a necessidade de os cidadãos desenvolverem sua capacidade de compreender textos orais e escritos, de assumir a palavra e produzir textos, em situações de participação social. Ao propor que se ensine aos alunos o uso das diferentes formas de linguagem verbal (oral e escrita), busca-se o desenvolvimento da capacidade de atuação construtiva e transformadora. O domínio do diálogo na explicitação, discussão, contraposição e argumentação de idéias são fundamentais na aprendizagem da cooperação e no desenvolvimento de atitude de autoconfiança, de capacidade para interagir e de respeito ao outro. A aprendizagem precisa então estar inserida em ações reais de intervenção, a começar pelo âmbito da própria da  escola.
        Os conteúdos dos temas transversais, assim como as práticas pedagógicas organizadas em função da sua aprendizagem, podem contextualizar significativamente a aprendizagem da língua, fazendo com que o trabalho dos alunos reverta em produções de interesse do convívio escolar e da comunidade.

ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA

        As atividades de análise lingüística são aquelas que tomam determinadas características da linguagem como objeto de reflexão. Essas atividades apóiam-se em dois fatores:
v    a capacidade humana de refletir, analisar, pensar sobre os fatos e os
fenômenos da linguagem; e
v    a propriedade que a linguagem tem de poder referir-se a si mesma, de
falar sobre a própria linguagem.

Alfabetização

Para aprender a ler e a escrever é preciso pensar sobre a escrita, pensar sobre o que a escrita representa e como ela representa graficamente a linguagem.
Algumas situações didáticas favorecem especialmente a análise e a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita e a correspondência fonográfica. São atividades que exigem uma atenção à análise — tanto quantitativa como qualitativa — da correspondência entre segmentos falados e escritos. São situações privilegiadas de atividade epilingüística, em que, basicamente, o aluno precisa:
• ler, embora ainda não saiba ler; e
• escrever, apesar de ainda não saber escrever.
        Em ambas é necessário que ele ponha em jogo tudo o que sabe sobre a escrita para poder realizá-las.Nas atividades de “leitura” o aluno precisa analisar todos os indicadores disponíveis para descobrir o significado do escrito e poder realizar a “leitura” de duas formas:
— pelo ajuste da “leitura” do texto, que conhece de cor, aos segmentos escritos; e
— pela combinação de estratégias de antecipação (a partir de informações obtidas no contexto, por meio de pistas) com índices providos pelo próprio texto, em especial os relacionados à correspondência fonográfica.
     
  Ortografia

        De modo geral, o ensino da ortografia dá-se por meio da apresentação e repetição verbal de regras, com sentido de “fórmulas”, e da correção que o professor faz de redações e ditados, seguida de uma tarefa onde o aluno copia várias vezes as palavras que escreveu errado. E, apesar do grande investimento feito nesse tipo de atividade, os alunos — se bem que capazes de “recitar” as regras quando solicitados — continuam a escrever errado.
Ainda que tenha um forte apelo à memória, a aprendizagem da ortografia não é um processo passivo: trata-se de uma construção individual, para a qual a intervenção pedagógica tem muito a contribuir.
        É importante que as estratégias didáticas para o ensino da ortografia se articulem em torno de dois eixos básicos:
v    o da distinção entre o que é “produtivo” e o que é “reprodutivo”37 na notação da ortografia da língua, permitindo no primeiro caso o descobrimento explícito de regras geradoras de notações corretas e, quando não, a consciência de que não há regras que justifiquem as formas corretas fixadas pela norma; e
v    a distinção entre palavras de uso freqüente e infreqüente na linguagem escrita impressa.
Em função dessas especificidades, o ensino da ortografia deveria organizar-se de modo afavorecer:
v    a inferência dos princípios de geração da escrita convencional, a partir da explicitação das regularidades do sistema ortográfico (isso é possível utilizando como ponto de partida a exploração ativa e a observação dessas regularidades: é preciso fazer com que os alunos explicitem suas suposições de como se escrevem as palavras, reflitam sobre possíveis alternativas de grafia, comparem com a escrita convencional e tomem progressiva-mente consciência do funcionamento da ortografia);
v    a tomada de consciência de que existem palavras cuja ortografia não é definida por regras e exigem, portanto, a consulta a fontes autorizadas e
o esforço de memorização.
      
 Pontuação

          O ensino da pontuação tem-se confundido com o ensino dos sinais de pontuação. A uma apresentação do tipo “serve para” ou “é usado para” segue-se uma exemplificação cujo objetivo é servir de referência ao uso. Desse momento em diante costuma-se esperar que os alunos incorporem
a pontuação a seus textos.
A partir da compreensão de que o procedimento de pontuar é parte da atividade de textualização39 , essa abordagem se mostra inadequada e indica a necessidade de rever algumas idéias, nem sempre explícitas, sobre as quais esta didática se apóia. A primeira delas é que a pontuação serviria para indicar as pausas na leitura em voz alta e a segunda é que o que se pontuam são as frases.
        A história da pontuação é tributária da história das práticas sociais de leitura. O costume de ler apenas com os olhos, que caracteriza a forma moderna de ler40, incorporou ao texto um aparato gráfico cuja função é indicar ao leitor unidades para o processamento da leitura41 . Na página impressa, a pontuação — aí considerados os brancos da escrita: espaços entre parágrafos e alíneas42 — organiza o texto para a leitura visual fragmentando-o em unidades separadas de tal forma que a leitura possa reencontrar, na articulação visual da página, as conexões intelectuais ou discursivas do raciocínio.
              Não se trata, portanto, de indicar pausas para respirar, pois, ainda que um locutor possa usar a pontuação para isso, não é essa sua função no texto escrito43 .
             O texto não é uma soma de frases, é um fluxo contínuo que precisa ser dividido em partesfrase que podem ou não conter partes também — os apostos, por exemplo. Frases que se agrupam tipograficamente em parágrafos44 . A pontuação aparece sempre em posições que indicam fronteiras sintático-semânticas. Aliás, é principalmente para isso que ela serve: para separar.
        Aprender a pontuar é aprender a partir e a reagrupar o fluxo do texto de forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo assim efeitos estilísticos. O escritor indica as separações (pontuando) e sua natureza (escolhendo o sinal) e com isso estabelece formas de articulação entre as partes que afetam diretamente as possibilidades de sentido.
        A única regra obrigatória da pontuação é a que diz onde não se pode pontuar: entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu complemento. Tudo o mais são possibilidades. Por isso — ao contrário da ortografia — na pontuação a fronteira entre o certo e o errado nem sempre é bemdefinida. Há, quase sempre, mais de uma possibilidade de pontuar um texto, a ponto de alguns gramáticos45 apresentarem-na como “a arte de dividir, por meio de sinais gráficos, as partes do discurso que não têm entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro as relações que existem entre essas partes”.
             Aprender a pontuar não é, portanto, aprender um conjunto de regras a seguir e sim aprender um procedimento que incide diretamente sobre a textualidade. Um procedimento que só é possível aprender sob tutoria, isto é, fazendo juntamente com quem sabe:
— conversando sobre as decisões que cada um tomou ao pontuar e por quê;
— analisando alternativas tanto do ponto de vista do sentido desejado quanto dos aspectos estilísticos e escolhendo a que parece melhor entre as possíveis;
— observando os usos característicos da pontuação nos diferentes gêneros e suas razões (a grande quantidade de vírgulas/aposições nas notícias jornalísticas como instrumento para condensar o texto, por exemplo);
— analisando os efeitos estilísticos obtidos por meio da pontuação pelos bons autores.



Instituto de Ensino Superior do Amapá
Professora:  Solange Santiago
Disciplina: Estagio supervisionado
Acadêmicos: Jose Marcos, Romulo Cezar, Maria de Nazare, Kathiuscia Layanne
Turma: 4 Lic.1N
Curso: Letras Inglês
Parâmetros curriculares nacionais- ensino médio

MURRIE Zuleika felice, parametros curriculares nacionais-ensino médio. Parte II- linguagem, código e suas tecnologias . MEC, 2000

               Os parâmetros curriculares nacionais são referencias de qualidade para os ensinos fundamental e médio do pais, elaborados pelo governo federal. O objetivo e subsidiar a elaboração do currículo, e proporcionar apoio aos professores quanto à metodologia em sala de aula, através de propostas inovadoras e abrangentes, sendo assim estes parâmetros apresentam idéias do que se quer ensinar, como se quer ensinar, e para que se quer ensinar. Neste sentido os PCNS são pilares para transformação de objetivos, conteúdo e didática do ensino.
               Essas propostas visam estimular e apoiar a reflexão sobre a prática diária do professor, o planejamento das aulas e, sobretudo o desenvolvimento do currículo da escola, contribuindo ainda para atualização profissional, de forma a transformar positivamente a educação.
               A formação do aluno deve ter como alvo principal a  aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas as áreas de atuação.
             Propõe no nível do ensino médio, a formação geral, em oposição a formação especifica,  o desenvolvimento de capacidades  de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las, a capacidade de aprender , criar, formular, ao invés de simples exercício de memorização.             

                   A nova sociedade, decorrente da revolução tecnológica e seus desdobramentos na produção e na área da informação, apresentam características possíveis de assegurar a educação uma autonomia ainda não alcançada. Isto ocorre na medida em que o desenvolvimento das competências cognitivas e culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano passa  a coincidir com o que se espera na esfera da produção.
                   Desse modo a nova concepção curricular para o ensino médio, proposta pelos PCNS, deve expressar a contemporaneidade e, considerando a rapidez com que ocorrem as mudanças na área do conhecimento e da produção, ter a ousadia de se mostrar prospectiva.
                   Neste sentido os PCNS para ensino médio se apresenta dividido em quatro partes, sendo a primeira, as bases legais do nível, a segunda, as linguagens e códigos  suas tecnologias, a terceira, volta-se para a ciência da natureza , matemática e suas tecnologias, a quarta e última,  para ciências humanas e suas tecnologias .
                 Tendo como base a reunião dos conhecimentos que compartilham objetos de estudo e, portanto, mais facilmente se comunicam, criando condições para que a pratica escolar se desenvolva em uma perspectiva de interdisciplinaridade.
                Conforme o texto, as linguagens, códigos e suas tecnologias, devem ser considerados como capacidades humanas de articular significados coletivos, em sistemas arbitrários de representação, que são compartilhados e que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade. A principal razão de qualquer ato de linguagem, e a produção de sentido.
                 Isso envolve a apropriação, demonstrada pelo uso e pela compreensão de sistemas simbólicos, sustentados sobre diferentes suportes e de seus conhecimentos como instrumentos de organização cognitiva da realidade e de sua comunicação .
                Envolve ainda o reconhecimento de que as linguagens verbais, icônicas, corporais, sonoras e formais, dentre outras, se estruturam de forma semelhante sobre um conjunto de elementos, e de regras que são significativas.
Importante lembrar que o entendimento de que as linguagens e os códigos são dinâmicos e situados no espaço e no tempo, com as modificações de caráter histórico, sociólogo e antropológico, que isso representa. E relevante também considerar as relações com as praticas sociais e produtivas, e a inserção do aluno como cidadão em um mundo letrado e simbólico. A produção contemporânea é essencialmente simbólica, e o convívio social requer o domínio das linguagens como instrumentos de comunicação e negociação de sentidos.
A aprendizagem nesta área deve desenvolver competências e habilidades, para que o aluno entenda a sociedade em que vive como uma construção humana, que se constrói constantemente ao longo de gerações, em um processo continuo e dotado de historicidade, para que compreenda o espaço ocupado pelo homem, enquanto espaço construído e consumido, para  que compreenda os processos de sociabilidade humana em âmbito coletivo, definido espaços públicos, e refletindo-se no âmbito da constituição das individualidades, para que construa a si próprio como um agente social que intervém na sociedade, para que avalie o sentido dos processos sociais que orientam  o constante fluxo social, bem como o sentido de sua intervenção nesse processo, para que avalie o impacto das tecnologias no desenvolvimento e na estruturação da sociedade, e para que se aproprie das tecnologias produzidas ou utilizadas pelos conhecimentos da área.
Na proposta de reforma curricular do ensino médio, a interdisciplinaridade deve ser compreendida a partir de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência. A integração dos diferentes conhecimentos, pode criar as condições necessárias para uma aprendizagem motivadora, na medida em que ofereça maior liberdade aos professores e alunos, para seleção de conteúdos mais diretamente relacionados aos assuntos ou problemas que dizem respeito a vida da comunidade.
Todo conhecimento e socialmente comprometido, e não há conhecimento que possa ser aprendido e recriado, se o mesmo não for parte das preocupações que as pessoas detêm.
A aprendizagem significativa, pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questoes propostas. Essa postura não implica permanecer apenas no nível de conhecimento, que e dado pelo contexto mais imediato, nem muito menos senso comum, mas visa gerar a capacidade de compreender e intervir na realidade, em uma perspectiva autônoma. Ao propor uma forma de organizar o currículo, trabalhado na perspectiva interdisciplinar e contextualizada, parte-se do pressuposto de que toda aprendizagem significativa, implica uma relação sujeito-objeto, e que para que esta se concretize, e necessário oferecer as condições para que os dois pólos do processo interajam.

Macapá-AP, 23 de Novembro de 2010


Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa – ENSINO FUNDAMENTAL

Brasil Secretaria Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa/ Secretarias de Educação Fundamental – Brasília:1997.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs são definidos como referências curriculares comuns de qualidade para a educação no ensino fundamental em todo o Brasil. O documento de introdução aos PCNs sustenta a necessidade dessa referência comum para toda a Nação porque afirma que fortaleceria a unidade nacional e a responsabilidade do governo Federal para com a Educação.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais não se autodenominam um currículo acabado e obrigatório, mas o seu nível de detalhamento torna-os o currículo do ensino fundamental. E embora haja muitas citações sobre o respeito às “especificidades locais, o que exigiria um trabalho de escuta e pesquisa por parte dos elaboradores do documento, a centralização é a marca dessa política educacional”.
Conforme Cunha (1996) os Parâmetros Curriculares Nacionais pretendem orientar as ações educativas no ensino obrigatório e, assim, melhorar a qualidade do ensino nas escolas brasileiras. Contudo, é duvidosa a melhoria da educação brasileira através dos PCNs. Já a partir do seu processo de elaboração, destacam-se três observações.
 Os Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados por equipes de especialistas ligadas ao Ministério da Educação -MEC, têm por objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são orientações aos professores, divididos em disciplinas e estes estão disponíveis nas escolas.
O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos.
No que se refere à língua portuguesa, os PCN vêm apresentar propostas de trabalho que valorizam a participação crítica do aluno diante da sua língua e que mostram as variedades e pluralidade de uso inerentes a qualquer idioma.
É com essa perspectiva que os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa está organizado, de modo a servir de referência, de fonte de consulta e de objeto para reflexão e debate.
Os PCN de língua portuguesa para o ensino fundamental se dividem em duas partes: apresentação da área de língua portuguesa, em que se discutem questões sobre a natureza da linguagem, o ensino da disciplina e a relação texto oral e escrito: gramática; e Língua portuguesa no terceiro e no quarto ciclos, em que aparecem os objetivos e conteúdos específicos dessa fase, divididos em prática de leitura de textos escritos, prática de produção de textos orais e escritos e prática de análise lingüística.
A primeira parte faz uma breve apresentação da área e define as linhas gerais da proposta. Abordam questões relativas à natureza e às características da área, suas implicações para a aprendizagem e seus desdobramentos no ensino. Apresenta os objetivos gerais de Língua Portuguesa, a partir dos quais são apontados os conteúdos relacionados à Língua Oral, Língua Escrita e Análise e Reflexão sobre a Língua. O último tópico dessa parte apresenta e fundamenta os critérios de avaliação para o ensino fundamental.
Como Lê-se no PCN’s (p. 15):

As condições atuais permitem repensar sobre o ensino da leitura e da escrita considerando não só o conhecimento didático acumulado, mas também as contribuições de outras áreas, como a psicologia da aprendizagem, a psicologia cultural e as ciências da linguagem. O avanço dessas ciências possibilita receber contribuições tanto da psicolingüística quanto da sociolingüística; tanto da pragmática, da gramática textual, da teoria da comunicação, quanto da semiótica, da análise do discurso.

A segunda parte detalha a proposta, para as quatro primeiras séries do ensino fundamental, em objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, de forma a apresentá-los com a articulação necessária para a sua coerência.
Segundo os PCNs, através da língua portuguesa é possível aprender, tanto sobre a linguagem verbal quanto sobre as práticas sociais nas quais ela se realiza, por meio da troca interpessoal, pois é pela mediação da linguagem que a criança aprende os sentidos atribuídos pela cultura às coisas, ao mundo e às pessoas; é usando a linguagem que constrói sentidos sobre a vida, sobre si mesmos, sobre a própria linguagem.
O documento não trata separadamente as orientações didáticas. A opção na área de Língua Portuguesa, pelas suas especificidades, foi abordá-las ao longo da apresentação dos conteúdos. Buscou-se, com isso, tornar mais claras as relações entre a seleção dos conteúdos e o tratamento didático proposto. Sendo que a leitura possa ser iniciada por qualquer parte do texto, é fundamental que se conheça a concepção de área utilizada, para que a proposta seja, de fato, compreendida. A discussão do documento, como um todo, ajudará a esclarecer o desdobramento dos conteúdos em cada ciclo e a sua abordagem.
Conforme os PCN (p. 32)
Parte-se da concepção de que determinados objetivos só podem ser conquistados se os conteúdos tiverem um tratamento didático específico, ou seja, há uma estreita relação entre o que e como ensinar. Mais do que isso: parte-se do pressuposto de que a própria definição dos conteúdos é uma questão didática que tem direta relação com os objetivos colocados.

No PCN de Língua Portuguesa nota-se a necessidade da adaptação do currículo à realidade dos alunos e demonstram diversas atividades contextuais a serem trabalhadas em sala de aula. Neste documento, os autores enfatizam a valorização da interação entre o aluno e a língua, sugerindo trabalhar-se a ação-reflexão-ação, afirmando que os alunos devem escrever, ler e discutir a linguagem para que compreendam melhor a relação entre linguagem e sociedade. Pois o trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.    
Outro aspecto importante a ser considerado, é o âmbito da avaliação que seria o último item do processo. Se o resultado desta avaliação for ruim tem a ver com o professor, com o contexto sociocultural do aluno, com a estrutura do apoio pedagógico e até mesmo com o número de aluno em sala, enfim, tem a ver com todo o proceder da aprendizagem do educando.   
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a avaliação deve instrumentar o professor para que possa por em prática seu planejamento de forma adequada às características de seus alunos, servindo de informação pra propor atividades e gerar novos conhecimentos. Devem ser feitas de modos sistemáticos, com observações, uso de instrumentos como registros de tabelas, listas de controle, diário de classe e outros, e na analise de produção dos alunos, em atividades especificas para avaliação com objetividade expor o tema, e responder questionários.
O objetivo de formação no ensino fundamental é a formação de cidadão autônomo e participativo. Os alunos constroem significados a partir de múltiplas e complexas interações. O aluno é o sujeito da aprendizagem, o professor é o mediador entre o aluno e o objeto. Os profissionais da educação devem levar em conta aspectos como: Autonomia; Diversidade; Interação e cooperação; Disponibilidade para a aprendizagem; Organização do tempo; Organização do espaço;         
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são, portanto, uma proposta do MEC para que a educação escolar brasileira tenha um caminho a seguir. São referências todas as escolas do país para que garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes.



Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP
Professora: Solange Santiago de Medeiros
Disciplina: Estágio Supervisionado I: Reconhecimento do Espaço Escolar
Acadêmicos: Leandra Lúcia Valério Pinto
                      Mayllane Thays Rodrigues Marinho
                      Paulo Sérgio Picanço dos Santos Júnior
                      Pedro Igor Meneses da Silva
ANÁLISE DOS PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO MÉDIO
O sentido do aprendizado
        A linguagem é considerada aqui como a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade.
       A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido.
       A linguagem é uma herança social, uma realidade primeira, que uma vez assimilada, envolve os indivíduos e faz com que as estruturas mentais, emocionais e perceptivas sejam reguladas pelo seu simbolismo.
       A compreensão da arbitrariedade da linguagem pode permitir aos alunos a problematização dos modos de “ver a si mesmo e ao mundo”, das categorias de pensamento, das classificações que são assimiladas como dados indiscutíveis.
    Não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a interação, a comunicação com o outro, dentro de um espaço social, nas praticas sociais, o homem cria a linguagem verbal que é um sementeiro infinito de possibilidades de seleção e confrontos entre os agentes sociais coletivo,  linguagem verbal é um dos meios que o homem possui para representar de forma especifica o pensamento.
       O ato da fala pressupõe por uma competência social de utilizar a língua de acordo com as expectativas em jogo. No ato interlocutivo, o contexto verbal relacionasse com o extra-verbal e vice-versa. As condições em forma de comunicação refletem a utilização social em símbolos que ultrapassam as particularidades do sujeito, que passam a ser visto em interação com o outro. No mundo contemporâneo marcado pelo apelo informativo imediato, a reflexão sobre as linguagem e seus sistemas que se mostram articulados por múltiplos códigos, e sobre os processos e procedimentos comunicativos é, mas do que uma necessidade, é uma garantia de participação ativa na vida social, a cidadania desejada.
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação
      Toda linguagem carrega dentro de si uma visão de mundo, preenha de significados e significações que vão além do seu aspecto formal. O estudo apenas do aspecto formal, desconsiderando a inter-relação contextual, semântica e gramatical própria da natureza e função da linguagem, desvincula o aluno do caráter intra-subjetivo, intersubjetivo e social da linguagem.
      O conhecimento sobre a linguagem, a ser socializado na escola, deve ser visto sob o prisma da mobilidade da própria linguagem, evitando-se os apriorismos. O espírito critifico não admite verdades sem uma investigação do processo de sua construção e representatividade.

Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
        As diversas realizações – em tempos diferentes -, a função e o uso das linguagens permitem verificar suas especificidades e selecionar focos de analise.
       Em uma situação de ensino, a análise da origem de gêneros e tempos, no campo artístico, permite abordar a criação das estéticas que refletem, no texto, o contexto do campo de produção, as escolhas estilísticas, marcadas de acordo com as lutas discursivas em jogo naquela época/local, ou seja, o caráter intertextual e intratextual.
        As possibilidades de expressão e os diferentes significados históricos e culturais desses objetos podem ser interseccionados  á visão das áreas de Ciência  Humanas e suas Tecnológicas e Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
Competências e habilidades
Representação e comunicação
·           Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
·           Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação, em situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatuto dos interlocutores; e colocar-se como protagonista no processo de produção.

Investigação e compreensão

·         Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos da linguagem, relacionado os textos com seus contextos, recuperar, pelo estudo as formas instituídas de construção do imaginário coletivo, articular as rede de diferenças e semelhanças entre as linguagens e seus códigos.
·         Conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumentos de acesso á informações e outras culturas e grupos sociais.
·         Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação.

Contextualização sócio-cultural

·         Considerar a linguagem e suas manifestações como fontes de legitimação de acordos e condutas sociais, e sua representação simbólica como forma de expressão de sentido, emoções e experiências do ser humano na vida social.
·         Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de: organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
·         Respeitar as manifestações da linguagem utilizadas por diferentes grupos sociais.
·         Entender o impacto das tecnologias da comunicação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento, no conhecimento e na vida social.

Conhecimentos de Língua Portuguesa

        O exposto representa uma síntese das teorias desenvolvidas, nas últimas décadas, sobre o processo de ensino/aprendizagem da língua materna e o papel que ele ocupa. A novidade está em antever a disciplina, no eixo interdisciplinar: o estudo da língua materna na escola aponta para uma reflexão sobre o uso da língua na vida e na sociedade.
        Os estudos literários seguem o mesmo caminho. A história da literatura costuma ser o foco da compreensão do texto; uma historia que nem sempre corresponde ao texto que lhe serve de exemplo.
        Quando deixamos o aluno falar, a surpresa é grande, as respostas quase sempre são surpreendentes. Assim pode ser caracterizado, em geral, o ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio: aula de expressão em que os alunos não podem se expressar.
         O aluno deve ser considerado como produtor de textos, aquele que pode ser entendido pelos textos que produz e que o constituem como ser humano. O texto só existe na sociedade e é produto de uma história social e cultural, único e cada contexto, porque marca o diálogo entre os interlocutores que o produzem e entre os outros textos que o compõem. O homem visto como um texto que constroi textos.
         Deve-se compreender o texto que nem sempre se mostra mascarado pelas estratégicas discursivas e recursos utilizados para se dizer uma coisa que procura “enganar” o interlocutor ou subjugá-los.


Competência e habilidades a serem desenvolvidas em Língua Portuguesa

        As competências que aqui serão objetivadas correspondem a uma visão da disciplina dentro da área e deverão ser desenvolvidas no processo de ensino-aprendizagem, ao longo do Ensino Médio. A proposta não pretende reduzir os conhecimentos a serem apreendidos, mas sim indicar os limites sem os quais o aluno desse nível teria dificuldades para prosseguir nos estudos, bem como participar ativamente na vida social.

Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e condutas sociais e como representação simbólica de experiências humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e agir na vida social.

        A linguagem verbal representa a experiência do ser humano na vida social, sendo que essa não é uniforme. A linguagem é constructo e construtora do social e gera a sociabilidade. Os sentidos e significados gerados na interação social produzem uma linguagem que, apesar de utilizar uma mesma língua, varia na produção e na interpretação.
        A Língua Portuguesa é um produto de linguagem e carrega dentro de si uma história de acumulação/redução de significados sociais e culturais. Entretanto, na atualização da língua, há uma variedade de códigos e subcódigos internalizados por situações extra-verbais que terminam por se manifestar nas interações verbais estabelecidas.
       Compreender as diferenças não pelo “caráter folclórico”, mas como algo com o qual nos identificamos e que faz parte de nós como seres humanos, é o princípio para aceitar aquilo que não sabemos. Todas as áreas partilham dessa necessidade de conhecimentos.

Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organizadora do mundo e da própria identidade.

        Podemos agora localizar o uso em um processo que exige competências complexas cognitivas, emocionais e comunicativas. O uso da língua só pode ser social e o social, longe de ser linear, leva a intricadas redes de significações. De qualquer forma, o sujeito que produz a linguagem é único, bem como a situação de produção.
        O espaço da Língua Portuguesa na escola é garantir o uso ético e estético da linguagem verbal; o pessoal; aceitar a complexidade humana, o respeito pelas falas, como parte das vozes possíveis e necessárias para o desenvolvimento humano, mesmo que, no jogo comunicativo, haja avanços/retrocessos próprios dos usos da linguagem; enfim, fazer o aluno se compreender como um texto em diálogo constante com outros textos.