sábado, 25 de junho de 2011

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: docência em Língua Portuguesa

APRESENTAÇÃO


Como componente curricular do curso de Licenciatura Plena em Letras com habilitação em Língua Portuguesa/Inglesa e respectivas Literaturas do Instituto de Ensino Superior do Amapá - IESAP, realizamos neste ano de 2011.1  a disciplina de Estagio Supervisionado II: docência em Língua Portuguesa da  turma 5LIC-I-N, orientado pela professora Judivalda da Silva Brasil. Assim, como orientandos temos os respectivos grupos e duplas com seus relatórios de estágio e trabalho desenvolvidos no âmbito universitário :
Da esquerda para direita: Cássia Furtado Duarte, Romário Duarte Sanches e Nediane Matos do Nascimento
Romário Duarte Sanches é graduando em Licenciatura Plena em Letras com a Habilitação em Língua Inglesa pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá e Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá (2011). Possui Inglês Básico pelo Centro de Idiomas FAMA (2010).

Cássia Furtado Duarte é graduando em Licenciatura Plena em Letras com a Habilitação em Língua Inglesa pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá. Possui Inglês Básico pelo Centro de Idiomas FAMA (2010).

Nediane Matos do Nascimento é graduando em Licenciatura Plena em Letras com a Habilitação em Língua Inglesa pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá (2011) e possui Inglês Básico pelo curso de Idiomas Yázigi (2005). Atuou como professora de Língua Estrangeira pela Escola Maria Helena Cordeiro no município de Pedra Branca-AP (2007).
RELATÓRIOS DE ESTÁGIO 
CÁSSIA FURTADO DUARTE - RELATO DA REGÊNCIA 

Iniciamos o Estágio Supervisionado II: Docência em Língua Portuguesa, na Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima, localizado no município de Santana. Em função da greve dos professores da rede estadual, a pratica docente não pode ser realizada. Para que nos não ficássemos prejudicados, a coordenação pedagógica da instituição decidiu que nós executaríamos a prática docente para a nossa professora orientadora de estágio.
No dia 11/06/2011 na Instituição de Ensino Superior do Amapá (IESAP), eu, Cássia Furtado Duarte, dei continuidade a pratica docente com o conteúdo “Tipologia textual: Texto narrativo”. O objetivo da aula era desenvolver nos alunos as competências lingüísticas tal como a escrita, através da assimilação do conteúdo e produção de texto. A metodologia utilizada na aula foi de forma expositiva e dialogada, com utilização de recursos como data show e papel A4. Iniciei a aula expondo de forma clara e coesa o conceito, as principais características e a estrutura do texto narrativo. Após a exposição do conteúdo, distribui a turma um exemplo de texto narrativo com o objetivo de que eles fizessem a identificação das principais características no texto oralmente.
Para concluir a aula, passei uma atividade de produção textual aos alunos referente a tipologia narrativa,  com o objetivo de fixar o que tínhamos estudado. A atividade produzida continha instruções especificas com 2 propostas de trechos sugeridos por mim, dessa forma,  a partir desses trechos os alunos dariam continuidade ao texto.
Através da prática docente, observei que os alunos demonstraram interesse e disposição pela aula. E que os objetivos pretendidos, foram alcançados de forma satisfatória, principalmente no que diz respeito a produção textual  e a participação oral dos alunos.

NEDIANE MATOS DO NASCIMENTO - RELATO DA REGÊNCIA

No dia 06 de maio de 2011, iniciamos o projeto de Estágio Supervisionado II: Docência em Língua Portuguesa, na Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima, localizado no município de Santana. Por motivo da greve dos professores da rede estadual a pratica docente não pôde ser realizada na escola Francisco Walcy, o que ocasionou o atraso do estágio, para que pudéssemos dar continuidade no que foi observado na escola campo, nossa coordenadora do curso de Letras juntamente com as demais coordenações decidiram que os acadêmicos daria a aula da prática docente para a nossa professora orientadora do estágio Judivalda Brasil, concluindo assim a etapa final do estágio supervisionado II.
No dia 11/06/2011 na Instituição de Ensino Superior do Amapá (IESAP) com o assunto “Produção Textual” a aula se desenvolveu da seguinte maneira: com uma aula expositiva e dialogada, eu, Nediane Matos do Nascimento expus o conteúdo oralmente aos alunos da turma, em seguida distribui alguns textos para fixar melhor o conteúdo exposto e pedi para que alguns alunos os lessem para toda a turma, em seguida contextualizei-os com a prática do dia-a-dia dos alunos mostrando os vários aspectos da linguagem que cada texto apresentava.
E para finalizar a aula com base no que foi trabalhado com a Produção Textual os alunos conseguiram realizar com êxito uma produção de texto, cuja proposta era elaborar um email informal para alguém convidando ou comunicando sobre um fato ocorrido.
O objetivo da aula era desenvolver habilidades por meio das estruturas da produção de textos aprimorando assim os padrões de linguagem que cada aluno traz consigo, visando não só a teoria, mas também a pratica na escola e na vida do mesmo.
   
ROMÁRIO DUARTE SANCHES - RELATO DA REGÊNCIA

A prática docente foi realizada na Escola Estadual Francisco Walcy Lobato Lima sobre orientação da professora Judivalda Brasil e avaliação da professora regente Francisca Dilza de Oliveira. A regência aconteceu na turma 211 do turno da manhã. Durante as observações verifiquei nos alunos que eram pouco participativos, em relação ao assunto exposto pela professora, porém falavam o suficiente para atrapalhar a aula. Em uma das observações apliquei um pequeno questionário para tentar levantar um diagnóstico dos alunos para saber se os mesmo tinham prática de leitura, quais os tipos de textos que costumam a ler, o que gostam de fazer nas horas vagas, e outras perguntas complementares. Assim percebi que mais da metade da turma não gostam de ler textos científicos ou de difícil compreensão, e muito menos textos longos. Também verifiquei que a maioria gosta de ouvir músicas e ler textos ilustrados. Nesse diagnostico da turma pude elaborar com tranqüilidade o meu plano de aula, em que trabalharia com interpretação e compreensão de textos na modalidade literária, uma vez que eu teria que acompanhar o plano de aula da professora regente que trabalhava a escola literária Romantismo. Assim elaborei fiz um resumo sobre o contexto histórico e suas principais características, também anexei alguns textos literários, charges e letras de músicas como exercícios, documentos digitados e impressos para que viabilize a aula. Além da apostila que entregaria utilizei de ferramenta auditivas como: notebook e caixas de som, para que os alunos pudessem ouvir a musica e acompanhar com a letra. No dia da regência cheguei cedo, os alunos ainda estavam chegando. Preparei todo o material e esperei até o restante da turma chegasse. Enfim, apresentei-me a eles e distribui o material didático. Sabendo que a professora Francisca Dilza já havia iniciado o romantismo, apenas relembrei com eles alguns pontos principais dessa escola literária de forma que os alunos pudessem contribuir. Assim eles mostraram um conhecimento prévio sobre o assunto dando andamento no conteúdo. Após essa breve exposição sobre o romantismo iniciei o processo de interpretação e compreensão de textos por meio do poema de Gonçalves Dias “Exílio” felizmente foi um texto em que algum momento da vida desses alunos já ouviram ou leram, o que facilitou. Em seguida partimos para compreensão de uma das charges de Malfada e por último pedi que exercitassem com uma atividade em que pedi para analisarem uma das letras de música mostrando as características do romantismo e qual a mensagem que nela continha, por haver alguns minutos antes que terminasse a aula corrigimos as questões em sala de aula e a maioria dos alunos colaboravam e diziam as suas respostas. A prática como docente, particularmente, foi bastante produtiva e consegui obter os resultados propostos.





TEXTOS APRESENTADOS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

GRUPO:
CÁSSIA FURTADO DUARTE
ROMÁRIO DUARTE SANCHES
NEDIANE MATOS DO NASCIMENTO
 
PARA QUE ENSINAR PORTUGUÊS A BRASILEIROS?


Luciano Oliveira, quando escreveu o livro “Coisas que todo professor de português precisa saber”, foi bastante instigante e intrigante, pois suas colaborações nos levam a refletir aos aspectos mínimos que cercam o professor de Língua Portuguesa em sala de aula e uma delas é “para que ensinar português a brasileiros? O fato que discorre é de pensamos que o estudantes já sabe português ao chegar na sala de aula ou o de acreditar que não é português o que falam, pois se desvia das regras gramaticais da língua, essa ultima afirmação, em acordo com o autor, é puramente preconceituosa do ponto de vista lingüístico. O que realmente acontece quando nos deparamos que esses estudantes é que os mesmos já possuem determinado nível de comunicação, no entanto não sabem usar adequadamente em situações apropriadas. Daí o papel fundamental do professor: “ajudar o estudante a aprender a se comportar linguisticamente em diversas situações de interação social”, ou seja, desenvolver sua competência comunicativa.
Segundo Hymes, competência comunicativa “se refere não apenas ao conhecimento que o falante-ouvinte possui da sua língua, mas da habilidade que ele tem para usar esse conhecimento em situações de comunicações concretas”. Assim teremos que considerar quatro aspectos proposto por Hymes, a primeira é de possibilidade formal que vem a ser a formação de sentenças seguindo as regras da língua, porém para que não sejam sentenças longas e complexas é sugerido o segundo aspecto, o de exeqüibilidade. O terceiro é a adequação textual, encontrada quando os falantes-ouvintes possuem uma parte sociocultural que estabelece regras para estabelecer comunicação. Por último temos a possibilidade de ocorrência no qual a sentença pode ser possível, exeqüível e adequada ao contexto, mas pode vir a não acontecer, pelo fato de haver outras possibilidades de interpretação.
Canale e Swain, linguistas canadenses, propuseram o aperfeiçoamento do conceito de Hymes, passando a fazer parte da competência comunicativa quatro componentes: competência gramatical, competência sociolingüística, competência discursiva e a competência estratégica.
A competência gramatical é o conhecimento que o indivíduo tem das regras gramaticais e sua habilidade na aplicação de enunciados.
A competência sociolinguística é o conhecimento e a habilidade do indivíduo, 
em relação a língua, para expressar e entender de acordo com os fatores sociais e culturais.
A competência discursiva é o conhecimento que permite ao usuário da língua combinar formas gramaticais e lexicais para se comunicar por meio de diferentes gêneros textuais, falados e escritos.
Por fim a competência estratégica que é o conhecimento de estratégias verbais e não verbais e a habilidade que ele possui de colocar essas estratégias em prática na tentativa de completar alguma falha de competências anteriores.
Percebemos que em todas as competências tinham por finalidade desenvolver habilidades, ou seja, a prática daqueles determinado conhecimento adquirido e acumulado.
Também é ressaltado, para complementar o conceito de competência comunicativa, as análises do filósofo Paul Grice com suas máximas conversacionais em que sugere o Princípio da Cooperação em que se incluem a Máxima da quantidade, qualidade, relação e da maneira, todas essas são compostas tanto para o locutor quanto para o ouvinte em que exigem a troca mútua de informação para ocorrer o elo comunicativo.
Assim, compreendemos que além do professor significar uma ajudar aos alunos a aprenderem se comportar linguisticamente em situações de interação sociocultural diversas, ele também é o intermediador que proporciona aos alunos conhecerem gêneros textuais variados, fazendo com que esses estudantes tornem-se conscientes de que a “língua não é ingênua, não é neutra e que ela gira em torno de textos”.

REFERÊNCIA

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo : Parábola Editorial, 2010. (pp. 42-57)
 
TEXTO II: ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: Uma abordagem Pragmática

Aquestão da metodologia e do Objeto de ensino
 
Diante da questão metodológica de ensino, Suassuna, apud e Geraldi afirmam que toda e qualquer metodologia de ensino articula uma opção política com os mecanismos utilizados em sala de aula, o que envolveria uma teoria de compreensão e interpretação da realidade. Suassuna, apud e Soares ainda completa dizendo que as relações entre linguagem e classe decorrem de aspectos da prática de ensino.
De acordo com Silva (1986), se adotarmos uma postura diferente diante da língua, a gramática e a prática de ensino teria uma abordagem diferente, este autor afirma que o nível dessa questão é chamado “político pedagógico”. Silva ainda explica que na escola ainda prevalecea ideia de que para se aprender alguma coisa, devem-se percorrer os caminhos mais difíceis. Nessa mesma perspectiva, Almeida comenta que a escola impõe conteúdos e modelos de ensino que reproduzem uma situação social marcada pela injustiça.
Quanto ao conhecimento,Fonseca ressalta que a escola não privilegia a construção do saber, mas sempre considera o produto acabado a ser produzido. Segundo ele ninguém se atreve a criar modos de entender o mundo para agir sobre ele. Já Genouvrier e Peytard, vêem a construção do saber como resultado de uma permanente construção. No caso da língua portuguesa institucionalizou-se um saber (metalinguístico) sobre ela, de forma que importa mais saber um determinado discurso a respeito da língua do que se ver produzindo-a e entendo-a.
Ilarri e Possenti mostram que para a construção de uma metodologia apropriada ao ensino de língua, são importantes as noções de erro, gramática e língua. Braga tem uma concepção diferente, pois ele considera que os procedimentos de ensino do verbal devem incorporar as transformações que estes vem sofrendo, em seu duelo com outras linguagens.
A concepção de linguagem e sua importância para o ensino édefinido por Geraldi de três modos, a de expressão para o pensamento, instrumento de comunicação e modo de constituição do sujeito. Silva e outros (1986) apresentam uma concepção diferente em relação à linguagem, de acordo com ele a forma como vemos a linguagem define os caminhos de ser aluno e professor, por isso, há que se buscar coerência entre a concepção de língua e a de mundo.
Para Kato (1986) as concepções e atitudes do professor são decisivas nesse processo de aprendizagem, Já Head (1973) acredita que apolítica educacional de língua materna é primordial na construção da comunicação verbal. Contudo a discussão pedagógica em volta de tudo isso aponta um problema: o impasse entre o novo e o velho, Linguística e sala de aula, deixando o professor sem rumo a seguir, onde o mesmo teria que sim, fazer uma escolha, transformando seus valores, sua prática, sua vida e que se não colocarem a “mão na massa” em sala de aula de que adianta outra postura.
A necessidade de mudar é discussão de muitos linguistas estudiosos da área, onde suas teorias dão sempre um caminho a ser seguido. O que precisamos é ensinar a língua de verdade, em vez de seguir modelos ou uma modalidade de língua.
“... Ensinar uma língua é ensinar a se comunicar...” (Fonseca e Fonseca. 1977, pp,44-45)
Para Fonseca e Fonseca, o professor de português é antes de mais nada, professor de língua. Geraldi (1985) diz que é preciso reconsiderar o que se deve ensinar, pois, “uma coisa é saber a língua e outra é saber analisar uma língua dominando conceitos e metalinguagem da mesma...”.
A autora Lívia Suassuna conta ainda que com o problema das “Técnicas de ensino” além da forma estratégica, escolher outro objeto ensino implicaria em rever teorias. (Head 1973), onde ensinar “outra coisa” levaria a ensinar “de outro modo” ou modo velho, renovado. A autora cita que a divisão entre prática e teoria fomos nós que fizemos,e até hojeainda é feita, onde a teoria é uma coisa e na prática é outra, uma não pode existir sem a outra, onde toda teoria precisa de prática da realidade.
“Ensinar língua” para cada autor é conceituado tanto reflexão, ação e transformação.
Estudar a língua é (...) tentar detectar os compromissos que se criam através da fala e as condições que devem se preenchidas por um falante para falar da forma que fala em determinada situação concreta de interação. (Geraldi 1985-a, p.44)
Vários objetivos em torno da língua materna precisam ser vistos com mais atenção onde os mesmos priorizam o compromisso com a educação, onde o sujeito que aprende deveria se o principal motivo pelo qual todo educador fizesse jus ao seu cargo, onde o mesmo não teria só essa função de educar e sim de ajudar na construção de todo esse conhecimento em torno da língua portuguesa.

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